quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Grafite - Arte Urbana

  O grafite surge no fim da década de 60 e início da década de 70, na Filadélfia quando Cornbread e Cool Earl começam a pintar suas marcas. Assim surge a arte urbana que inclui cartazes colados por artistas, sticks, etc. O grafite ganhou notoriedade quando as "marcas" evoluíram para peças ou obras primas com grafiteiros como Taki183 e Stan153. Em 1977 Basquiat dá início ao seu projeto SAMO (Same Old Shit - A Mesma Porcaria de Sempre) com pinturas com tinta spray nas paredes dos prédios de Manhattan. Outro artista importante é Keith Haring. A arte urbana de Haring se caracteriza por contornos sólidos, mínima expressão gráfica e personagens com movimentos simples, suas mensagens são sociais como no seu conhecido mural "Crack é uma droga" (1986).

Keith Haring - Crack é Uma Droga (1986)
                                       

  A escrita, raramente encontrada nas obras de Haring tem, nesta obra, a função de enfatizar a mensagem que ele queria transmitir. As imagens reforçam o que ele quer expressar. O x marcado nas figuras humanas é a marca da morte que alucinadas dançam freneticamente, o dinheiro é consumido e monstros rondam e fazem parte da droga do crack. É um alerta para a juventude, exposta numa quadra de handbol, Rua 128 e Segunda Avenida em Nova York, EUA.

 Outras técnicas vão surgindo como o uso do estêncil. Bansky usa estêncil no Mural grafitando com estêncil de um trabalhador removendo pinturas rupestres pré-históricas (2008) Mural em Lake Street, Londres, Reino Unido. Muito interessante a analogia do grafite com arte pré-histórica!

Bansky - Mural em Lake Street

(Fonte: Tudo Sobre Arte - Os Movimentos e Obras Mais Importantes de Todos os Tempos - FARTHING, Stephen - Ed. Sextante)

  O grafite permanece no gosto dos jovens pois é uma arte muito próxima, fácil de ser visto nos grandes centros urbanos. 

Petterson(31D-2014, grafite feito no papel com colagem

                             
  Petterson reproduz o spray, símbolo do grafite, como alguém que quer denunciar, inconformado com situações sociais injustas ou "irado" com tais situações e a bola de handbol tão popular nos EUA.
 É isto aí, vamos denunciar com arte!

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A Arte do Claro-escuro - O Barroco

Rembrandt

Grande mestre do claro-escuro Rembrandt nasceu em Leiden em 1606. Ele iniciou oficialmente sua atividade de retratista profissional em 1631 e ao chegar em Amsterdã fez em 1632, A Lição de Anatomia do Doutor Tulp que se torna um dos grandes retratos corporativos do artista. O quadro mostra um grupo de sete ouvintes, todos homens de idade que participam com diferentes graus de atenção à aula de dissecação de um cadáver banhado por uma luz clara fazendo-o contrastar com a roupa escura do doutor se tornando, assim, o centro de atenção da obra. O rosto dos ouvintes (nenhum deles médico) está realçado por uma grande gorjeira (gola) branca, e seu perfil, suavizado pela atmosfera acinzentada dominante no ambiente. Os diferentes olhares quebram a monotonia e dotam a composição de certo dinamismo. Uso do claro-escuro e dinamismo da composição são características do Barroco bem constantes na obra de Rembrandt.

Lição de Anatomia do Doutor Tulp 1632, óleo sobre tela (162,5 x 216,5 cm)

Neste outro quadro: Jovem numa Porta Entreaberta, um interessante jogo de claro-escuro projeta a figura sobre um fundo mais claro. 

Jovem numa Porta Entreaberta 1645, óleo sobre tela (100 x 84 cm)

Note a gradação suave dos tons que levam a representação do volume. Veja este efeito no Auto-Retrato do artista. A luz, aqui, tem grande importância para conseguir uma representação mais objetiva do rosto. (Coleção Gênios da Arte-Barueri, SP: Girassol, 2007)

Auto-Retrato 1640, óleo sobre tela ( 102 x 80cm)


Sombrear um desenho dando a aparência de 3D não é tão difícil. É fazer como o artista que direciona a luz e vai gradualmente mudando o tom do objeto do escuro para o mais claro ou o contrário.
Alguns alunos conseguiram um sombreado bem legal em seus desenhos.






Talento é o que não falta!!

domingo, 9 de novembro de 2014

Observar para criar

Para ser um grande artista é necessário observar muito. É o primeiro passo para a criação. Quando se faz bastante exercícios de observação, o jovem artista já é capaz de fazer desenhos de memória lembrando aquilo que já foi observado. Veja alguns desenhos de memória feitos por alguns alunos que amam arte e desenho.

Alison 

Emanuele

Andressa

Estes alunos arrasam no desenho!

Agora um desenho que achei bem legal pois foi bastante criativo. A aluna juntou observação, memória e criatividade!

Sílvia Fernanda - Uma gaiola que liberta os passarinhos e sai a voar. Muito lindo!



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Exposição desenhos de alunos e a Pop Art

Desenhos de Mariana

A aluna se inspirou em personagens de filmes e histórias em quadrinho. Seus desenhos se caracterizam por um acabamento com caneta esferográfica e colorido com lápis de cor. Ela tem o traço solto com a caneta e em algumas áreas risca várias vezes. Ela gosta de expressar sua admiração pelos quadrinhos e filmes de animação.

                                                        

Este também foi o mundo do artista Roy Lichtenstein (artista da Pop Art): o mundo dos gibis, mundo da infância e da primeira adolescência, com todo o seu lado inocente e esperançoso. Porém sua intenção era ironizar o expressionismo abstrato com suas telas carregadas de tintas respingadas, assim, ele se inspira em romances baratos e quadrinhos de guerra. Ele disse: "Era difícil fazer um quadro tão desprezível que ninguém quisesse pendurar em sua parede. As pessoas estavam pendurando qualquer coisa. Era quase aceitável pendurar um trapo cheio de tinta... a única coisa que todo mundo detestava era a arte comercial. Mas não o suficiente, ao que parece". Sim, não o suficiente pois todos gostaram de suas telas gigantesca com a estética dos quadrinhos.



Whaam! 1963 Lichtenstein (1923-1997)
Acrílico e óleo sobre duas telas (1,75m x 2,04m cada tela)
Tate Modern, Londres, Reino Unido







quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Arte não é só para artistas consagrados

Arrisque-se no desenho e comece a se expressar!

Veja como um aluno conseguiu expressar um momento bem atual pelo qual passamos:


quarta-feira, 26 de março de 2014

Fenand Léger

Inicialmente cubista, Fernand Léger injetou neste uma sensação de prazer e otimismo ao pintar uma série de composições pequenas e fortemente delineadas em cores primárias, diferentes das sombrias de Picasso e Braque (Farthing, pág. 390).

Georges Braque - Cubismo

Fernand Léger
 

Este artista tem importância para nós brasileiros, já que influenciou Tarsila do Amaral em sua maneira de pintar, foi mestre da artista modernista que viria a dar novos caminhos à arte brasileira.

Tarsila do Amaral


 "O Jogo de Cartas" foi pintado em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial. O artista serviu na guerra mas foi hospitalizado ao ser atingido por um gás, então, no hospital pintou este quadro. O que chama a atenção para esta obra é que o artista teve uma visão otimista do futuro frente aos horrores da guerra. As cores são alegres (azul, amarelo, vermelho), um jogo descontraído de cartas, homens robôs com seus metais reluzentes. A experiência que Léger teve na guerra, o contato com máquinas que nunca tinha visto, o brilho de um canhão que o fascinou. A partir desta experiência Léger muda o rumo de sua pintura com uma expressão de exaltação à máquina e à tecnologia. Quando esteve nos EUA, ficou fascinado com os neons de Nova Iorque. Sempre com uma arte alegre e otimista!
Será que temos hoje a mesma visão do futuro? Podemos prevê-lo com otimismo?

O Jogo de Cartas - 1917 - Fernand Léger

 

sexta-feira, 14 de março de 2014

Jan Van Eyck

 

"O Casamento dos Arnolfini" ou "O Casal Arnolfini" são nomes dado à obra do grande artista Jan Van Eyck. Feito em 1434, este quadro revela-nos o significado íntimo de um verdadeiro matrimônio (BECKETT, pág. 64)

 
Artistas desta época apresentavam esmero, eram detalhistas e usavam figuras simbólicas em suas obras.Van Eyck é um deles, ele usa alguns signos para expressar a união de um casal (Giovanni Arnolfini e Giovanna Cenami) com alguns requisitos para um verdadeiro casamento. O cãozinho no centro é símbolo de fidelidade, a posição do casal, onde a esposa repousa sua mão na do marido, indica respeito. A mão erguida do marido é um juramento. As laranjas do lado de Giovanni, abaixo da janela, indicam que ele era um rico comerciante. O espanador dependurado na cama indica que ela deveria ser uma boa dona de casa. A estatueta na cama faz referência à santa Margarida, a santa protetora dos partos, indicando que Giovanna deveria ter filhos (não que ela estivesse grávida, ela apenas levanta sua roupa, mas isto não deixa de ser uma referência à gravidez). O lar deve ser um solo sagrado, pois os tamancos dele e as sandálias dela estão jogados no chão e seus pés estão descalços. A cena é unificada no espelho côncavo da época. Sua moldura contém cenas da vida de Cristo e a imagem refletida apresenta, além do casal, duas outra pessoas, que seriam o artista Van Eyck e uma testemunha oficial do casamento, confirmando, assim, o quadro como uma verdadeira certidão de casamento. Na parede, acima do espelho, em caligrafia gótica o artista assina: Jan Van Eyck estava presente, 1934. Mais uma vez confirmando o artista como testemunha do casamento, que na época podia ser feito em privado, sem comparecimento à igreja. Apesar disto temos, ainda, o mais importante requisito para um verdadeiro casamento: A presença de Deus que por ser Amor, nos ensina a amar; representada pela única vela acessa no lustre acima, acesa em pleno dia. O "olho de Deus" que tudo vê.
Uma grande obra prima!!
 


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Tomás Sánchez


  Artista cubano (nascido em 1948), um dos mestres do hiper-realismo ou fotorrealismo latino-americano. Geralmente pinta paisagens ricas em detalhes. Esta pintura "Al Sur del Calvario" (Ao Sul do Calvário) de 1994 é um exemplo interessante de suas obras. Ela "representa a degradação que o consumismo material causa às sociedades contemporâneas" (Farthing, pág.511).
  Observe que a paisagem consiste em vários objetos do cotidiano jogados fora formando um grande lixão. A composição em V usada pelo artista leva o olhar do espectador para o fundo do quadro onde a imagem se dilui em objetos não tão visíveis numa atmosfera nebulosa e poluída. Percebe-se, no entanto, três cruzes que se destacam e fazem "referência religiosa talvez evocando a ideia de redenção junto ao desperdício" (Farthing, pág. 510). A posição da escada também contribui para que o olhar se volte para as cruzes.


(Acrílico sobre tela - 91,5cm x 122cm) 
 
 
A arte contemporânea de Tomás Sánches nos diz sobre a realidade do consumismo, o lixo que toma conta do espaço, do nosso planeta. E, na verdade, para mim, as cruzes lembram a responsabilidade dada ao homem de cuidar da Terra e talvez de uma possibilidade de redenção! Vamos acordar para esta realidade!